Mostra de Filmes Wood Allen
O melhor da filmografia produzida nos anos 70 e 80 por Woody Allen será exibida na Sala de Arte do Cine Vivo sempre às 15h. Diretor com 40 filmes lançados e diversos prêmios conquistados - entre eles, três Oscars de Melhor Roteiro Original e um de Melhor Diretor.
Programação:
Dia 13 (sexta-feira) - “Manhattan”
Woody Allen nos mostra de forma elegante e sofisticada alguns motivos que podem fazer a vida valer a pena. A cena em que Isaac está deitado no sofá gravado ideias para um conto e se depara com a questão “Por que vale a pena viver?” é uma das mais emblemáticas do cinema e nos convida a fazer uma reflexão sobre as nossas próprias escolhas. “Manhattan” também tem uma das melhores fotografias da obra de Woody Allen. Tudo isso contemplado com a música de George Gershwin ao fundo e filmado em preto e branco. Quanto a pergunta “Por que vale a pena viver?”, o personagem de Woody Allen também responde citando “Groucho Marx, Joe Di Maggio, o segundo movimento da sinfonia ‘Júpiter’, de Mozart, Louis Armstrong, ‘A Educação Sentimental’, de Flaubert, os filmes suecos, Marlon Brando, Frank Sinatra, as maçãs e peras pintadas por Cézanne, os caranguejos do restaurante Sam Wo e o rostinho de Tracy”.
Dia 14 (sábado) - “Tudo o que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo Mas Tinha Medo de Perguntar”
Representa o humor rasgado que ele fazia no início da carreira. O herdeiro dos Irmãos Marx mostra a sexualidade de forma irreverente e criativa. O filme foi inspirado no livro do médico psiquiatra David Reuben, que havia se tornado grande sucesso de vendas na época. São histórias distintas que ironizam as dúvidas em torno da sexualidade. Dia 15 (domingo) - “Sonhos Eróticos de Uma Noite de Verão”
Dia 16 (segunda-feira) - “A Rosa Púrpura do Cairo”
Homenagem à sétima arte, “A Rosa Púrpura do Cairo” se concentra na personagem de Cecília (Mia Farrow) que busca refúgio quase todas as noites no cinema. Durante a Grande Depressão ela passa por conflitos em seu casamento e isso a faz “viajar” em uma ficção que em alguns momentos se mistura a sua vida real. Neste filme, o cinema serve como metáfora do próprio fazer fílmico. Woody Allen declarou que em sua filmografia este é um de seus trabalhos preferidos. Um dos melhores momentos é quando o personagem Tom Baxter (Jeff Daniels) sai do filme e entra na vida real e começa a perceber as diferenças e semelhanças que separam o mundo fictício e a realidade.
Dia 17 (terça-feira) - “A Era do Rádio”
Um dos filmes mais biográficos de Woody Allen. Ele admite que boa parte do que é mostrado no longa fez parte de sua vida, principalmente na infância, onde viveu numa casa com muitos familiares: pai, mãe, avós, tias e tios. A produção é marcada por várias histórias que são vivenciadas no decorrer do período áureo do rádio nos Estados Unidos — entre 1930 e 1940. Muita música e cenas engraçadas de uma família judia de Nova York que passa horas a fio escutando rádio e ao mesmo tempo procurando se manterem informados, principalmente sobre os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial. A cena mais marcante é quando em meio a uma tempestade a tia Ceil (Renée Lippin) é abandonada sozinha pelo pretendente após ouvir no rádio dentro do carro a adaptação de “A Guerra dos Mundos”, feita por Orson Welles. Destaque também para a presença da atriz Denise Dumont interpretando uma personagem que remete diretamente a cantora Carmen Miranda.
Dia 18 (quarta-feira) - “Hannah e Suas Irmãs”
Após a leitura de “Anna Kariênina”, de Tolstói, Woody Allen se inspirou e nos fez lembrar de “As Três Irmãs”, de Tchekhov. Em reuniões familiares para comemoração do dia de Ação de Graças vemos histórias de amor se cruzarem criando um painel de relacionamentos no qual as mulheres representam a força e o poder de dominar os homens. O filme ganhou o Oscar de melhor ator coadjuvante (Michael Caine), melhor atriz coadjuvante (Dianne Wiest) e melhor roteiro original. A cena em que Lee (Barbara Hershey) lê o poema de e.e. cummings indicado por Elliot (Michael Caine), que a presenteia com o livro do poeta americano, é simplesmente bela. “Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas…”